domingo, 22 de janeiro de 2012

Informativo 22 jan 12


Aborto é mais frequente em países onde é proibido, aponta estudo

Por Patrícia Moterani

A polêmica discussão sobre a legalização ou não do aborto acaba de ganhar mais um elemento. Em estudo divulgado nesta quinta-feira (19) pela revista inglesa Lancet, uma das publicações médicas mais influentes do mundo, pesquisadores recrutados pela Organização Mundial da Saúde comprovam que a taxa de aborto é maior nos países onde a prática é proibida e quase metade de todos os abortos feitos no mundo é realizada com altos riscos à mulher.

Os dados analisados dizem respeito ao período entre 2003 e 2008. Embora a taxa de aborto no mundo – cerca de 28 a cada mil mulheres de idades entre 15 e 44 anos – tenha ficado praticamente estável em relação a 1995, data da último estudo, o número de mortes e outras complicações sérias por conta da prática aumentou: cerca de 47 mil mulheres morreram e outros 8,5 milhões tiveram consequências graves de saúde. “O aborto é um procedimento muito simples. Todas essas mortes e complicações poderiam ter sido facilmente evitadas”, diz Gilda Sedgh, pesquisadora-sênior do Instituto norte-americano Guttmacher, autora do estudo.

Embora tenham indícios que apontam esta conclusão, os pesquisadores não dizem assertivamente que leis mais liberais ajudaram na estabilização desse número. Mas afirmam que em países onde há planejamento familiar e políticas de controle de natalidade houve menos gravidez indesejada e, consequentemente, menos abortos. Quase todas as interrupções propositais de gravidez realizadas de maneira insegura aconteceram em países em desenvolvimento, na América Latina e África, onde o aborto é proibido em boa parte dos países e as políticas de planejamento familiar e controle de natalidade não avançaram.

Fonte: http://colunas.revistamarieclaire.globo.com/mulheresdomundo

Satisfação sexual feminina aumenta com a idade, diz pesquisa

Por Juliana Vines

A maioria das mulheres com mais de 60 anos está satisfeita com sua vida sexual, segundo estudo americano publicado nesta semana. E mesmo aquelas que declararam não praticar sexo também se dizem satisfeitas.

O trabalho analisou 806 questionários de mulheres com em média 67 anos. Foram feitas perguntas sobre atividade sexual, reposição hormonal, dor, lubrificação, desejo sexual e orgasmo durante a relação.

"Embora existam pesquisas sobre satisfação sexual, poucos estudos falam sobre idosas", escrevem os autores do artigo, pesquisadores da Universidade da Califórnia e da San Diego School of Medicine. O estudo foi publicado na revista "The American Journal of Medicine".
Do total de voluntárias, metade (49,8%) disse ter feito sexo no último mês. A maioria (64,5%) declarou ficar excitada, 64,5% disseram ter lubrificação normal e 67,1% afirmaram que têm orgasmo.

"No geral, dois terços das que eram sexualmente ativas estavam satisfeitas, assim como metade das sexualmente inativas." Para a surpresa dos pesquisadores, as mulheres mais velhas do estudo (com mais de 80 anos) relataram maior satisfação.

Por outro lado, 40% de todas as voluntárias disseram que nunca ou quase nunca sentem desejo sexual. Segundo Elizabeth Barrett-Connor, médica e pesquisadora da Universidade da Califórnia, esse resultado sugere que o desejo não é essencial para que a relação sexual aconteça. "Elas podem se envolver em uma atividade sexual por múltiplas razões, como a manutenção de um relacionamento", disse a pesquisadora para o site de divulgação científica EurekAlert!.

Outra conclusão do trabalho é que a relação sexual nem sempre é necessária para a satisfação. Aquelas que são sexualmente inativas podem conseguir se satisfazer só com a intimidade do relacionamento ou com a masturbação.

Para o psicoterapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Júnior, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade, várias pesquisas já demonstraram que, muitas vezes, o mais importante para as mulheres é a troca de afeto e a proximidade com o parceiro. "Nem sempre para se satisfazer é preciso ter orgasmo."

Ele aponta, porém, dois problemas de metodologia na pesquisa americana: a dificuldade de saber o que é satisfação e o fato de as perguntas se referirem apenas às últimas quatro semanas. "O questionário acaba sendo limitado. A satisfação envolve muitos aspectos subjetivos."

De acordo com o psicólogo, o lado bom do estudo é que dá para perceber que essas mulheres estão mais dispostas a comentar sobre o tema. "Elas estão se sentindo mais livres para falar de assuntos delicados como orgasmo e lubrificação. Isso é sinal de uma mudança cultural. Há 30 anos, mulheres dessa idade dificilmente falariam sobre isso."

Segundo ele, não tem como saber se o que elas estão falando é o que realmente acontece. "Elas demonstraram um esforço para mostrar que estão satisfeitas. Isso pode ser verdade como pode ser uma forma de autoafirmação, para expressar o contrário de uma ideia que elas mesmo tinham sobre mulheres mais velhas."

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude

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