sábado, 26 de novembro de 2011

Informativo 26 nov 2011

Brasileiras vítimas de violência no exterior ganham serviço de apoio 

 

Brasília – Brasileiras que estão em Portugal, na Espanha e na Itália em situação de risco e ameaça ganham a partir de hoje (25) mais apoio. É um número de telefone para o qual elas fazem a chamada, relatam o problema e indicam o que querem que seja feito. O projeto é piloto, mas a ideia é estendê-lo para a Europa e as Américas. O serviço é resultado de uma parceria da Secretaria de Políticas paras as Mulheres (SPM) e dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.

O serviço chamado de Ligue 180 é gratuito e será lançado hoje em Brasília pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, e pelo secretário executivo do Ministério das Relações Exteriores, Ruy Nogueira. Há dois anos, o governo brasileiro vinha trabalhando para a criação desse canal de apoio. As mulheres em situação de violência no Brasil já tinham acesso ao serviço, por meio do número de telefone 180.

“A ideia é estar disponível 24 horas. Antes havia o apoio prestado pelos serviços consulares, muitas vezes o pedido de ajuda não ocorria porque algumas mulheres ficavam constrangidas de relatar o que estavam passando. Agora haverá um atendimento só para elas”, disse a chefe do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva.

A diplomata disse que a orientação é para que as atendentes recebam as queixas e providenciem os encaminhamentos desejados pelas mulheres que fazem as reclamações. “O telefonema pode ser anônimo. Se a mulher não quiser fornecer detalhes por temor ou receio, a reclamação será feita da mesma forma”, disse Maria Luiza Silva.

Pelos dados divulgados na primeira quinzena deste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 491.645 brasileiros viviam em 193 países, em 2010. Porém, esse número não inclui as pessoas que podem ter emigrado, por exemplo. Os principais países procurados pelos brasileiros são os Estados Unidos, Portugal, a Espanha, o Japão, a Itália e a Inglaterra.
“Hoje, infelizmente, apenas temos informações de que as queixas de violência contra a mulher são numerosas. Mas essas pessoas que sofrem, as vítimas, ainda são invisíveis. Queremos saber qual é a demanda para tomar as devidas providências e evitar que o problema permaneça”, disse Maria Luiza Silva.

Para criar o serviço de apoio às mulheres, o governo brasileiro considerou os locais onde há mais registros de casos de violência contra pessoas do sexo feminino. O mapeamento foi feito com base em dados da Polícia Federal, dos consulados brasileiros no exterior e da Secretaria de Políticas paras as Mulheres.

Nesta primeira etapa do serviço, atuam os consulados do Porto e de Lisboa (Portugal), de Madri e Barcelona (Espanha) e de Milão e Roma (Itália). Para entrar em contato com o serviço há três números distintos. Se a mulher estiver em Portugal, ela deve telefonar para 800 800 550, pedir a opção 3 e discar 61 37 99 01 80.

Caso a brasileira esteja na Espanha, o número que deve ser discado é 900 990 055, com a escolha da opção 3. Em seguida, ela deve discar 61 37 99 01 80. Se a mulher estiver na Itália, o número a ser discado é 800 172 211, opção 3. Depois, ela deve discar 61 37 99 01 80. O serviço estará disponível 24 horas, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Edição: Juliana Andrade

 

O mapa do prazer feminino

A ciência identifica as áreas do cérebro ativadas da excitação ao clímax e abre novas fronteiras para o tratamento de disfunções sexuais da mulher

Por Monique Oliveira
 
Entender o orgasmo é entender um pouco mais do cérebro. O ciclo que vai da excitação ao prazer sexual não só exige muito de nossa fisiologia (respiração, batimentos cardíacos) como a ele se juntam visíveis marcadores de alterações psicológicas, como a breve perda da autoconsciência. Compreender o orgasmo feminino, então, é avançar mais significativamente nessa tarefa. Afinal, compreender a fundo a sexualidade da mulher sempre foi um desafio para a ciência. Apesar das dificuldades, alguns estudos começam a descortinar esse processo.

Um deles, divulgado na última semana, é do psicólogo Barry Komisaruk, da Universidade de Rutgers (EUA). Com o auxílio de um aparelho de ressonância magnética, ele mapeou o que aconteceu no cérebro da terapeuta sexual Kayt Stukel do início da excitação sexual ao clímax. Komisaruk pretende usar as informações para tratar disfunções sexuais como a ausência de orgasmo (com um método em que a paciente possa ao mesmo tempo estimular seus órgãos genitais e assistir às reações de seu cérebro em tempo real). “Dessa forma, ela poderá tentar atingir as áreas estimuladas durante o ciclo sexual”, disse à ISTOÉ Komisaruk.

O cientista verificou que o processo acionou 80 partes do cérebro. Houve, por exemplo, atividade intensa do cerebelo (cujo papel no sexo ainda não está esclarecido) e do sistema límbico (associado às emoções). No clímax, há grande circulação sanguínea em todo o cérebro, um sinal de que o órgão está inteiramente mobilizado. Já a ativação do córtex pré-frontal ocorre somente na excitação. A descoberta de que existe a estimulação dessa área foi a grande contribuição de Komisaruk. A partir da informação, acredita-se que será possível desvendar o mecanismo por meio do qual fantasias sexuais (processadas nessa área) podem causar reações físicas.

O estudo evidenciou diferenças nos mecanismos que levam ao prazer vividos por homens e mulheres. No homem, por exemplo, não há ativação do córtex pré-frontal na excitação. “É provável que o homem e a mulher entrem no ciclo sexual de maneiras diferentes”, explica Janniko Georgiadis, da Universidade de Grönigen, na Holanda. Foi na instituição holandesa que o médico Gert Holstege levantou dados sobre o orgasmo masculino anos antes. Entre outras informações, ele mostrou que, no clímax masculino, ocorre o desligamento de algumas regiões do cérebro. Já no estudo de Komisaruk, observou-se a ativação total do cérebro feminino.

Apesar das diferenças, há especialistas que discordam que a cada ativação de uma área sucede-se uma única resposta fisiológica. “O córtex pré-frontal, por exemplo, é responsável por inúmeras funções”, diz Martin Portner, neurologista especializado em sexualidade e autor de “A Inteligência Sexual”. A teoria mais aceita é que haja ligações e desligamentos simultâneos, já que a excitação e o orgasmo estimulam estruturas que antes do estímulo estavam sob controle de outras. “Esse efeito de controle precisa ser removido para que essas regiões sejam recrutadas para outro fim”, explica Portner. A desativação também seria a responsável pela momentânea perda de consciência. “Estruturas normalmente ligadas a decisões conscientes são praticamente desligadas no orgasmo”, diz Georgiadis.

Juntamente com essas conexões e desligamentos, é possível que haja outras vias neurológicas para o prazer. Foi o que mostrou outro estudo de Komisaruk, que mapeou o cérebro de duas voluntárias tetraplégicas. Elas tinham interrompida a comunicação, via medula espinhal, entre o cérebro e o resto do corpo. E mesmo assim atingiram o orgasmo pela estimulação do clitóris e da vagina.  


Fonte: http://www.istoe.com.br

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